18 de fev. de 2012

21 DE FEVEREIRO - 67 ANOS DA BATALHA DE MONTE CASTELO

No dia 21 de fevereiro de 1945 os "pracinhas" da FEB - Força Expedicionária Brasileira participaram de uma batalha, que talvez tenha sido a mais lembrada de todas as da campanha brasileira na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial, a tomada de Monte Castelo.


Batalha de Monte Castello foi travada ao final da 2ª Guerra Mundial, entre as tropas aliadas e as forças do Exército alemão, que tentavam conter o seu avanço no Norte da Itália. Esta batalha marcou a presença da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no conflito. A batalha arrastou-se por três meses, de 24 de novembro de 1944 a 21 de fevereiro de 1945, durante os quais se efetuaram seis ataques, com grande número de baixas devido a vários fatores, entre os quais as temperaturas extremamente baixas. Quatro dos ataques não tiveram êxito, por falhas de estratégia.


O Monte está situado a 61,3 Km sudoeste de Bolonha e era, durante as operações, um importante ponto estratégico, pois, no caminho do avanço para Bolonha, dava pleno controle sobre a região, mas, estava em poder das tropas alemãs.


Coube aos brasileiros a resoponsabilidade de conquistar o setor mais combativo de toda a frente Apenina. Porém havia um problema: a 1ª DIE era uma tropa ainda sem experiência suficiente para encarar um combate daquela magnitude. Mas, como o objetivo era conquistar Bolonha antes do Natal de 1944, o jeito seria o de aprender na prática, ou seja, em combate.


 

Assim sendo, em 24 de novembro de 1944, o esquadrão de Reconhecimento e o 3º Batalhão do 6º Regimento de Infantaria da 1ª DIE juntaram-se à Força_Tarefa 45 dos estados Unidos para  a primeira investida ao Monte Castelo.
No segundo dia de ataques, tudo indicava que a operação seria exitosa; soldados americanos chegaram até a alcançar o cume do Monte Castelo, depois de conquistarem o vizinho Monte Belvedere.
Entretanto, em uma contra-ofensiva poderosa, os homens da 232ª Divisão de Infantaria germânica, responsável pela defesa do Castelo e do Monte Della Torracia, recuperaram as posições perdidas, obrigando os soldados brasileiros e americanos a abandonar as posições já conquistadas - com exceção do Monte Belvedere.
Em 29 de novembro planejou-se o segundo ataque ao Monte, Nesta contra-ofensiva a formação de ataque seria quase em sua totalidade obra da 1ª DIE - com três batalhões - contando apenas com o suporte de três pelotões de tanques americanos. Todavia, um fato imprevisto ocorrido na véspera da investida comprometeria os planos: na noite do dia 28 os alemães haviam efetuado um contra-ataque ao Monte Belvedere, tomando a posição dos americanos e deixando descoberto o flanco esquerdo dos aliados.
Inicialmente a DIE pensou em adiar o ataque, porém as tropas já haviam ocupado suas posições e deste modo a estratégia foi mantida. às 7 horas nova tentativa foi efetuada.
As condições do tempo mostravam-se extremamente severas: chuva e céu encoberto impediam o apoio da Força Aérea e a lama, praticamente, inviabilizava a participação de tanques. O grupamento do General Zenóbio da Costa no início conseguiu um bom avanço, mas, o contra-ataque alemão foi violento, Os soldados alemães dos 1.043º, 1.044º e 1.045º regimentos de Infantaria barraram o avanço dos soldados. No fim da tarde os dois batalhões brasileiros voltaram à estaca zero.
Em 5 de dezembro o General Mascarenhas de Moraes recebeu uma ordem do 4º Corpo: caberia à DIE capturar e manter o cume do Monte della Torracia - Monte Belvedere. Ou seja, depois de duas tentativas frustradas, Monte Castelo ainda era o objetivo principal da próxima ofensiva brasileira, a qual havia sido adiada por uma semana.
Mas em 12 de dezembro de 1944 a operação foi efetivada, data que seria lembrada pela FEB como uma das mais violentas engfrentadas pelas tropas brasileiras no Teatro de Operações na Itália.
Com as mesmas condições meteorológicas da investida anterior, o 2º e o 3º Batalhões do 1º Regimento de Infantaria fizeram, inicialmente, "milagres". Houve, inicialmente, algumas posições conquistadas, mas o pesado fogo da artilharia alemã fazia suas baixas. Mais uma vez a tentativa de conquista se mostrou infrutífera, o, o pior, causando 150 baixas, sendo que 20 soldados brasileiros haviam sido mortos. A lição serviu para reforçar a convicção de Mascarenhas de que Monte Castelo só seria tomado dos alemães se toda a Divisão fosse empregada no ataque - e não apenas alguns batalhões, como vinha ordenando o 5º Exército (americano).
Somente em 19 de fevereiro de 1945, após a melhora do inverno, o comando do 5º Exército determinou o início de uma nova ofensiva para a conquista do monte. Tal ofensiva utilizaria as tropas aliadas, incluindo a 1ª DIE, ofensiva que levaria as tropas para o Vale do Pó, até a fronteira com a França.


Soldados brasileiros e americanos combatiam sob condições climáticas severas.




Novamente, a ofensiva batizada ENCORE, ou BIS (em português), utilizaria a formação brasileira para conquista do monte e a consequente expulsão dos alemães. Desta vez, a tática utilizada seria a mesma utilizada por Mascarenhas de Moraes em 19 de novembro. Assim, em 20 de fevereiro as tropas da Força Expedicionária Brasileira apresentaram-se em posição de combate, com seus três regimentos prontos para partir rumo à Castelo. À esquerda do grupamento verde-amarelo avançaria a 10ª Divisão de Montanha, dos Estados Unidos, tropa de elite, que tinha como responsabilidade tomar o Monte della Torracia e garantir, dessa forma, a proteção do flanco mais vulnerável do setor.



O ataque começou às 6 horas da manhã. O Batalhão uzeda seguiu pela direita, o Batalhão Franklin, na direção frontal ao monte e o Batalhão Sizeno Sarmento aguardava, nas posições privilegiadas que alcançara durante a noite, o momento de juntar-se aos outros dois batalhões. Conforme descrito no Plano Encore, os brasileiros deveriam chegar ao topo do Monte Castelo às 18 horas, no máximo - uma hora depois do Monte della Torracia ser conquistado pela 10ª Divisão de Montanha, evento programado para as 17 horas. O 4º Corpo estava certo de que Castelo não seria tomado antes que Della Torracia também o fosse.
entretanto, às 17h30, quando os primeiros soldados do Batalhão Franklin, do 1º Regimento, conquistaram o cume do Monte Castelo, os americanos ainda não haviam vencido a resistência alemã. Só o fariam noite adentro, quando os ´pracinhas há muito já haviam completado sua missão e começavam a tomar posição nas trincheiras e casamatas recém-conquistadas.
Grande parte do sucesso  da ofensiva foi creditada à Artilharia Divisionária, comandada pelo General Cordeiro de Farias, que, entre q6h e 17h, efetuou um fogo de barragem perfeito contra o cume do Monte Castelo, permitindo a movimentação das tropas brasileiras.

Sgt Max Wolf, um dos ícones da história da campanha da FEB, na tomada de Monte Castelo.


Há alguns anos, numa reportagem televisiva, um ex-combatente dava detalhes da Batalha de Monte Castelo. Contou que a vitória só foi possível quando todos atuaram junto, formando um só corpo. Segundo ele, quando todos subiram o monte no "cavalo doido". Contou também que os soldados americanos diziam que os brasileiros não serviriam para a guerra porque têm coração.

O verdadeiro guerreiro não é uma máquina fria de guerra. Tem coração, sim. E, certamente, todos aqueles que participaram dessa parte de nossa história, estejam ainda vivos ou mortos, em solo brasileiro ou italiano, nos deixaram essa lição, de união e espírito de corpo, de espírito combativo e de amor à Pátria. À todos, o nosso

BRAVO! BRAVO!
BRAVÍSSIMOOOOOOOOOOOOOO!






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